“Digo a cada um dentre vós que não pense de si mesmo além do que convém; antes, pense com moderação, segundo a medida da fé que Deus repartiu a cada um”. Rm 12.3
Um amigo ao procurar meu marido desabafou: “Não sei mais o que fazer. As pessoas não se entendem. Enquanto recebemos notícias de que um grupo cresce saudável e estão felizes. Aqui as coisas se complicam a cada dia, pois há muita fofoca”.
Ontem pela manhã quando meditava na Palavra de Deus, Ele me disse que a fofoca, a difamação, a maledicência e a falsidade têm uma raiz como uma árvore, uma flor ou uma erva e que a raiz dessas coisas é o julgamento, e a raiz do julgamento é o orgulho. Estamos sempre pensando a nosso respeito além do que convém pensar. Não teríamos divisões, contendas, facções se cada um olhasse para si mesmo e se percebesse como de fato é. Se olhássemos para nós mesmos não teríamos coragem nem se quer de pensar mal a respeito do próximo.
Julgamento e crítica são frutos de um problema mais profundo. O orgulho tem dominado o coração da raça humana. Quando o “eu” em nós é maior do que deveria ser, ele sempre causará os tipos de problemas que meu amigo tem enfrentado. A Palavra do nosso Deus nos adverte sobre sermos presunçosos.
Sempre que nos superamos em uma área é apenas porque Deus nos deu um presente de graça por isso. Se formos presunçosos ou tivermos uma opinião exagerada de nós mesmos, então isso nos levará a desprezar os outros e a avaliá-los com “menos” do que somos. Esse tipo de atitude ou pensamento é extremamente detestável ao Senhor e abre muitas portas ao inimigo em nossa vida.
Ontem ao retornar do hospital percebi que havia na calçada alguém que não vejo há muito tempo. Fiquei impressionada com seu olhar. A pessoa congelou a minha alma. Seu rosto carrancudo, seu olhar frio me deixou bastante assustada. É uma pessoa que convive com outros extremamente orgulhosos e arrogantes. Estão sempre difamando alguém. Derrubam pessoas com a própria língua. Espalham boatos maledicentes e depois se sentam para assistir a queda da outra pessoa. Esta pessoa com quem encontrei na rua nunca tinha se envolvido em tal coisa até que chegou o dia que deixou de se proteger e contraiu esta enfermidade em sua alma e ao contemplar o seu semblante pude perceber o quanto está enferma sua alma. Era alguém que tinha um ministério lindíssimo, mas hoje já não tem prazer nas coisas do Senhor.
O apóstolo Paulo aconselhando aos Gálatas diz: “Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guardai-vos para que não sejais também tentados. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa não sendo nada, a si mesmo se engana”. Gl 6.1-3
A Palavra do nosso Deus nos orienta sobre a atitude mental que devemos manter dentro de nós mesmos. Devemos ter um temor santo do orgulho e devemos ser cuidadosos com o julgar os outros ou ser críticos com eles.
Cada um de nós pertence a Deus, e mesmo que tenhamos fraquezas Ele é capaz de nos fazer ficar em pé e nos justificar. Damos conta a Deus, não uns aos outros; portanto, não devemos julgar um ao outro de maneira crítica.
A todo instante somos bombardeados com pensamentos de julgamento e de crítica. Nós não podemos nos impedir de ter opiniões, mas não precisamos expressa-las. Creio que podemos até mesmo crescer a ponto de não termos tantas opiniões, e aquelas que tivermos não sejam de natureza crítica. Isto é uma questão de disciplina. Nós precisamos disciplinar a nossa mente!
Sempre que meus filhos chegam com alguma “novidade” não permito que levem o assunto até o fim. Assim que começam a falar, eu pronuncio seus nomes e eles imediatamente se retiram. Na hora ficam aborrecidos comigo, mas eles estão sendo treinados. Estamos discipulando nossos filhos. Eu e Paulo não queremos que nossos corações e nossas mentes sejam atingidos por más notícias a respeito das pessoas. Nós podemos destruir vidas com a nossa maledicência, com nossos comentários. Podemos provocar feridas profundas em nosso próximo devido ao nosso orgulho. Nós não queremos que nossos filhos joguem esta semente de péssima qualidade sobre o solo. Eles não suportarão comer deste fruto.
O que acontece na vida do próximo não é da nossa conta! Quantos estão tramando em suas mentes opiniões até que elas irão se transformar em julgamento.
Quanto mais pensam a respeito de alguém, de algum problema, mas ele cresce até que você começa a expressa-lo aos outros ou mesmo àquele que você está julgando.
Há pouco tempo meu marido chegou em casa aborrecido porque alguém tinha feito comentários bastante severos a respeito de um líder. Quando ele começou a falar eu imediatamente lhe disse: “Filho não empreste seus ouvidos para estas coisas. Pense sempre bem a respeito de qualquer pessoa. Entenda que este homem é presente de Deus para nossas vidas. Pense sempre assim e o diabo não poderá fazer ninho em sua mente. Agora quanto a quem falou – este está enfermo, ore para que Deus o cure e ele possa voltar a servir a Deus como convém, pois ele não foi chamado para difamar, mas para anunciar as boas novas”. O assunto foi encerrado e nunca mais falamos sobre o fato.
Se permitirmos que este tipo de problema cresça, então ele se tornará explosivo e terá a habilidade de fazer um enorme mal na área do relacionamento, como também na área espiritual. Você será capaz de evitar problemas futuros para você mesmo simplesmente aprendendo a dizer: “Não é da minha conta”.
Certa vez o telefone tocou e ao atender alguém com a alma cheia de detritos começou a despejar em meus ouvidos comentários maledicentes a respeito de um servo de Deus. Eu olhei a minha volta e percebi que estava cheia de coisas para fazer e estava sendo detida naquele momento por alguém que queria me contaminar com “lepra espiritual”. Lembro que fui bastante dura com a pessoa e trouxe a sua memória tudo aquilo que aquele servo de Deus andava fazendo pelo próximo e então informei que não estava disposta a contrair lepra. Despedi-me e desliguei. Mas não foi sempre assim. No inicio da minha vida cristã eu não sabia como lidar com estas coisas e infelizmente ficava e ouvia e o resultado disso era uma alma abatida. Perdia o prazer de sorrir porque estava violando o meu chamado. Se semearmos julgamento iremos colher julgamento. Nós colhemos o que plantamos. Semear e colher não se aplica apenas às áreas agrícola e financeira, aplicam-se também à área mental. Podemos semear e colher uma atitude da mesma forma que uma plantação ou um investimento.
Quando alguém faz um comentário maledicente a teu respeito, a pessoa está plantando ou você está colhendo? Muitas vezes estamos colhendo em nossa vida o que semeamos anteriormente na vida de outra pessoa. Caso não seja isto, fique tranqüilo, Deus julgará a sua causa. Você não precisa se defender.
O inimigo de nossas almas tem procurado manter muitos crentes ocupados, julgando mentalmente as falhas dos outros. Dessa forma, jamais irão ver ou lidar com o que está errado neles mesmo.
Não podemos mudar os outros; apenas Deus pode. Não podemos mudar a nós mesmos, mas podemos cooperar com o Espírito Santo e permitir que ele faça a parte dele. O primeiro passo para qualquer liberdade, entretanto, é encarar a verdade que o Senhor está tentando nos mostrar.
Quando temos nossos pensamentos e conversas focadas no que está errado com todos os outros, estamos geralmente sendo enganados sobre nossa própria conduta. Portanto, Jesus ordenou que não nos preocupássemos com o que está errado com os outros, quando temos tantos erros com nós mesmos.
Filha (o) permita que Deus lide com você primeiro e, então, você aprenderá a forma bíblica de ajudar seu irmão a crescer em sua caminhada cristã. Não tome algo santo e jogue para os cães e os porcos! Não abra as portas para que espíritos demoníacos sapateiem sobre as coisas santas e voltem e te rasguem em pedaços.
Entenda que a caminhada do amor é proteção para nós contra os ataques demoníacos. Eu não creio que o inimigo de nossas almas possa fazer muito mal a alguém que realmente ande em amor.
Todos nós cometemos erros. Todos nós temos nossas fraquezas. A Palavra do nosso Deus diz que não devemos ter um coração duro, um espírito crítico de uns para com os outros, mas em vez disso devemos perdoar uns aos outros e mostrar misericórdia uns para com os outros, da mesma forma que Deus, por amor a Cristo, tem feito por nós. Eu erro muito, falho muito. Sou muitas vezes distraída e isto me traz muitos problemas – muitos julgam porque pensam que faço certas coisas intencionalmente, mas Deus sabe que não é. Muitas vezes estou tão concentrada naquilo que preciso fazer que não vejo as pessoas passarem por mim e isto já gerou muitas dores, muitos aborrecimentos, muitos comentários maledicentes e eu preciso lidar com isto guardando o meu coração, preciso cuidar dele com toda a vigilância porque dele procedem as fontes da vida. Aqueles que me conhecem nem se importam porque sabem como eu sou, mas aqueles que não me conhecem ficam aborrecidos e muitas vezes começam a lançar sementes de baixa qualidade no solo e eles irão colher os frutos. Eu tenho orado ao Senhor e tenho pedido a Ele que faça de mim alguém mais atenta a estas coisas para que o meu próximo não venha pecar por minha causa. Afinal o amor não suspeita mal. O amor sob qualquer coisa e tudo que venha, está sempre pronto a acreditar no melhor de cada pessoa.
Meu bem nós temos o maravilhoso Espírito Santo em nós para nos lembrar quando nossos pensamentos estiverem indo na direção errada. Deus faz isso por mim quando estou tendo pensamentos de desconfiança em vez de pensamentos amorosos. O homem natural pensa: “Se eu confiar nas pessoas, elas se aproveitarão de mim”. Talvez, mas os benefícios superam de longe quaisquer experiências negativas. Entenda que confiança e fé trazem à vida e ajudam os relacionamentos a crescer até seu potencial máximo. A suspeita mutila um relacionamento e geralmente o destrói. Pense nisso!
Regina Lopes
“Irmãos, se alguém for surpreendido nalguma falta, vós, que sois espirituais, corrigi-o com espírito de brandura; e guardai-vos para que não sejais também tentados. Levai as cargas uns dos outros e, assim, cumprireis a lei de Cristo. Porque, se alguém julga ser alguma coisa não sendo nada, a si mesmo se engana”. Gl 6.1-3
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