sábado, 19 de março de 2011

Testemunho de uma Secretária


Cíntia Cavalcanti

Passei 09 anos da minha vida manifestando com demônios na igreja.

Para mim, já não havia mais jeito, tinha certeza dentro do meu coração e na minha mente, que meu problema era psicológico. Isso era fato.

Vivia 24hs do dia manifestada. O diabo tinha total domínio da minha vida, pensamentos, sentimentos, enfim, tudo o que fazia era dirigido por ele.

Estava completamente louca e perturbada. O diabo já havia colocado na minha mente, que eu deveria serví-lo, que só conseguiria ser feliz, quando eu me voltasse para ele, como era antes de eu chegar até a igreja.
Só não cheguei a procurar ajuda psiquiátrica, porque tinha certeza que se eu fosse, de lá não sairia mais, seria internada na hora, e eu não podia, porque tinha meu filho. O que ele pensaria?? Como ele ficaria?? Perdeu o pai com 02 anos de idade, e depois chegar na adolescência, com uma mãe louca?? Seria muito para ele. Seria um prato cheio para o diabo.

Passei por muitas coisas dentro da igreja, nos anos em que manifestei. Fui muito julgada.

Todos pensavam que o meu problema era pecado, diziam que era falta de vergonha na cara. Foi muito humilhante, porque além de ser humilhada pelo diabo na minha vida e no meu corpo, era humilhada também, por aqueles que deveriam me ajudar.

Meu problema, não era pecado. Meu maior problema era a DÚVIDA.

Não conseguia acreditar que o que acontecia comigo era demônio, porque eu manifestava consciente. Ouvia e via tudo o que acontecia comigo quando estava ali, sendo humilhada por ele. Toda 3ª e 6ª era um tormento para mim, além dos outros dias da semana, porque cheguei ao ponto de manifestar todos os dias em que ia a igreja. Se eu fosse a igreja de domingo a domingo, eu manifestava todos os dias.
Minha vida era um inferno, cheguei ao fundo do poço. Só que o pior de tudo isso, foi chegar a esse poço dentro da igreja, que é o pior fundo de poço que existe. Porque chegar ao fundo do poço, fora da igreja, sem conhecer a verdade, é uma coisa, é algo que você até “aceita” porque pensa que é carma, destino, que precisa passar por aquilo. Mas chegar a um fundo de poço, dentro da igreja, conhecendo a verdade, sabendo que pode sair daquela situação, que existe um Deus que pode tudo e você não conseguir sair, e se afundar mais ainda, é muito pior, muito dolorido.

Não conseguia acreditar em mais nada e nem ninguém. Muitos compraram minha briga e desistiram no meio do caminho. Não aguentaram a guerra, na realidade, cansaram-se de mim.
Até que um dia, em uma reunião de libertação, nem sei como cheguei a igreja, só percebi que estava lá quando me vi sentada no salão. Estava perturbadíssima aquele dia, minha vontade era de gritar, de sair correndo, de ir para um centro. Eu sentia algo que hoje para mim é muito nojento, mas sentia prazer nas coisas do diabo, eu me via vestida com as roupas do centro e fazendo trabalho para ele. Aquilo me dava um gozo, um prazer tão grande, que só de lembrar disso, meus olhos enchem de lágrimas, de ver o quanto entristeci o meu Deus.

Não sentia aquilo porque queria, era algo incontrolável, dominador, muito forte dentro de mim. Não conseguia resistir. Quando via já estava em extase.
Bom, nesse dia, como sempre, eu manifestei na reunião, e o pastor da igreja ( era novo lá ) me pegou, entrevistou o demônio, e naquele dia no altar ( jamais me esquecerei disso ), ele disse para o diabo que eu seria uma grande mulher de Deus e uma obreira do Senhor Jesus.

Ele profetizou isso. Nossa foi uma guerra, porque o diabo dizia sempre, que eu era dele, que jamais me deixaria, que ele dava quantas pessoas que ele quisesse em troca de mim, mas que eu jamais seria do meu Senhor. Isso não poderia acontecer, porque ele tinha ganhado muito, haviam pagado um alto preço pela minha vida. Enfim, as mesmas lorotas de sempre do diabo.

Mas, claro que o pastor não olhou para isso. Terminou a reunião e ele veio conversar comigo. Contei tudo à ele, e o mesmo disse que iria me ajudar. Como estava acostumada a ouvir aquilo e ver as pessoas desistirem de mim no meio do caminho, não dei muito crédito. Pensei, será mais um que não aguentará.

Ele me orientou a participar das reuniões de lá, porque até então, era membro de outra IURD. Resolví obedecê-lo, não sei o por que, mas o obedeci.

Eu já não acreditava mais em mim, tinha desistido de mim mesma. Eu não tinha vida, não vivia, e sim, sobrevivia por causa do meu filho.

Mas, o que eu não sabia, é que Deus havia colocado um homem de Deus,para de fato me ajudar até o fim.
Teve um dia, que o diabo me perturbou tanto, tanto, que já não queria saber de mais nada. Fui a igreja a noite para conversar com aquele pastor. Falei tanto, mas tanto, que se me perguntarem o que disse, não saberei responder, porque não me lembro de nada. A única coisa que me lembro da nossa conversa, foi algo que, para muitos é simples, mas para mim, foi o reinício da minha vida. Ele disse o seguinte: “se não for pela sua fé, será pela minha, Deus fica na obrigação de me honrar, pois sou fiel à Ele”. Quando ele terminou, estava chorando e falando: “o senhor acredita em mim??” Fazia anos que não via alguém que de fato acreditasse em mim. Eu era um caso perdido da igreja, um caso crônico. E quando o vi falando com aquela sinceridade e verdade, eu fiquei feliz.

Comecei então a pegar firme nas correntes. Foi uma guerra. Cada dia que passava eu manifestava feio, mas muito feio mesmo. Parecia que o diabo já sabia que daquela vez, ele seria obrigado a sair mesmo do meu corpo, da minha mente, do meu coração e da minha vida.

Não foi fácil, foi muito difícil. Parecia que nunca iria acabar, que seria como das outras vezes. Pensei em desistir várias vezes, mas aquele homem de Deus, não deixava. Ele me atendia todos os dias.

Até que chegou a Fogueira Santa de Israel.

Cheguei a fazer várias fogueiras, sacrifiquei muitas vezes, mas nunca como daquela vez. Porque decididamente, não sacrifiquei somente o valor monetário e sim a minha vida. De fato, entreguei minha vida nas mãos de Deus.

Dia 11 de dezembro de 2008. Esse foi o dia da minha libertação total e completa.Foi muito forte. Foi no altar do meu Senhor. Daquele dia em diante, quem passou a ser o dono da minha vida, a dirigir meus passos, minha mente, meus sentimentos, pensamentos e coração, foi Deus e não mais o diabo.

O antes e depois do trabalho de Secretária.


eu pastor me orientou a entrar no Força Jovem (detestava o grupo jovem). Disse para eu me envolver com as coisas de Deus.
Confesso que entrei por obediência. Sabia o que tinha sido minha vida e não queria voltar aquele estágio novamente.
De três a quatro meses, após minha libertação, já fazendo parte do Força Jovem da minha igreja, a líder pediu para eu representá-la em uma reunião de secretárias. Nem sabia que existia esse grupo.
Antes de começar a reunião, enquanto aguardava a dna Viviana, Deus fez passar um filme em minha cabeça. O que foi a minha vida e como estava sendo, desde a minha libertação.

Estava ( estou ) desempregada e na mesma hora pensei: “já que não exerço minha função em uma empresa, colocarei em prática na Sua obra o que aprendi na faculdade, porque tenho certeza que não estou aqui a toa”.

Desse dia em diante, comecei a ir nas reuniões para a minha líder.
Passei a me interessar pelo trabalho, e comecei a dar o meu melhor. Fazia tudo como se estivesse fazendo em uma empresa.
Como minha líder era muito sobrecarregada, ela era regional, secretária, líder de todos os projetos, era 1.000 em uma, era muita coisa para ela. E como eu estava ali disposta a ajudar e detalhe, AMANDO o Força Jovem ( lembram que disse que eu odiava?? ), ela conversou com o pastor do FJ e eles decidiram me deixar como líder das secretárias da região.

Fiquei muito feliz com a decisão deles, porque creio, que não é para qualquer um, confiar a região, nas mãos de uma pessoa que tinha acabado de se libertar e que nem era obreira. Eles e Deus de fato confiaram em mim, e eu agarrei essa oportunidade com unhas e dentes.

Comecei a colocar em ordem as coisas da minha região e da minha igreja. Dei e continuo dando meu melhor.
Passei a participar das reuniões de 2ª e de 3ª. Me fortalecia a cada reunião, minha vida espiritual era outra, eu já não tinha mais vida, já não vivia mais para mim, e sim para Deus, é algo que não dá para explicar, é muito forte.Claro, que tudo isso também relacionado as reuniões de 4ª e de domingo, que são imprescindíveis.

Ali Deus já estava me fortalecendo, porque Ele sabia que iria passar por algo, que se não tivesse bem espiritualmente, desistiria de tudo e até voltaria a manifestar. E infelizmente, perdi meu pai. Foi algo muito doloroso ( é até hoje ), muito triste. Fiquei muito mal, quase entrei em depressão, só não caí, graças a esse trabalho, porque estava envolvida com o grupo e tinha responsabilidades e não poderia largar. Se de fato não estivesse no grupo de secretárias, talvez hoje creio que até poderia estar queimando no inferno. Foi doído demais perder meu pai. Até hoje choro sua perda e por incrível que pareça, dia 20/05 faz 01 ( um ) ano que ele faleceu.

Uma obreira me disse na época para eu me lançar mais ainda na obra de Deus, que Ele jamais me desampararia e que Ele consolaria meu coração. Assim o fiz e estou fazendo até hoje. Deus me fortaleceu quando mais precisei, não me desamparou.

Tem me abençoado e me honrado muito nesse trabalho. A cada entrega minha, Ele se entrega a mim. É sobrenatural. Conforme me dou a Ele, Ele se dá a mim.
Se hoje sou o que sou, devo em primeiríssimo lugar a Ele, ao meu pastor que me ajudou e claro, ao grupo de secretárias.

Para mim é uma honra e um privilégio fazer parte desse grupo, porque estou fazendo a obra de Deus.

Muitos não acreditam no nosso trabalho, não dão nada para nós. Acham que só fazemos relatórios e ligações. NÃO!!! Somo muito mais que isso, somos não somente o braço direito do nosso líder, e sim, os dois braços, as duas pernas e até mesmo a cabeça. Porque o que seriam deles sem nós para ajudá-los?? Não que sejamos alguma coisa ou até insubstituível, mas somos sim INDISPENSÁVEIS.

Vamos valorizar mais nosso trabalho. Se em sua igreja, você não é valorizada, dê seu valor. Mostre com seu trabalho o quanto você é importante para o grupo, o quanto eles precisam de você. Apareça, se sobressaia, que Deus a honrará.

Por isso só tenho agradecer a todas por me aceitarem no grupo, por me receberem de braços abertos e por confiarem em mim. Completei 01 ( um ) ano de secretária e posso dizer com a total certeza que a minha vida tem um antes e depois desse trabalho. Minha vida realmente mudou.

Agradeço em especial, claro, as secretárias da zona sul, por me aturarem por tanto tempo.
Obreira Fernanda, obrigada pela confiança e pelas orações.

Mais uma vez muito obrigada e me coloco a disposição para ajudar sempre no que for preciso.

Obreira Amanda, obreira Bia e obreira Patricia, beijos.

Amo vocês.

Deus abençoe.

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